quarta-feira, 29 de junho de 2016

Hatiora salicornioides




Hatiora salicornioides
© Eduardo Gardini




Planta epífita, ocasionalmente terrestre, que pode passar de um metro de tamanho. Tronco cilíndrico, com segmentos em torno de 20 a 30 mm de tamanho, com formato cilíndrico afinado na base e avolumado na extremidade. Os segmentos não possuem aréolas e são lisos e encerados, com a cor variando entre um verde intenso, passando pelo amarelo e podendo chegar ao avermelhado, dependendo do grau de exposição a Sol direto.  Desses segmentos podem sair de um a três segmentos apicais, fazendo a planta crescer em altura para, depois de formar uma espessa touceira, começar a se recurvar e pender em virtude de seu peso. Suas raízes são fibrosas e se entrelaçam ao tronco onde a planta está afixada.

Na floração, os botões surgem sempre nas extremidades, à princípio esféricos e avermelhados, tornando-se alongados e mais amarelados até a abertura da flor, cujo comprimento é de 10 a 12 mm. Pétalas amarelas, com a extremidade do estigma brancos, anteras pouco visíveis. O processo de floração costuma ser quase que simultâneo e as flores permanecem abertas por até dois dias, e cada extremidade de segmento pode gerar de uma a três flores.

Frutos róseo-esbranquiçados, de formato cônico, 5 a 8 mm de tamanho.

Distribuição: 
 Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná: epilíticas e epífitas em campo rupestre , Mata Atlântica e floresta estacional, o nível perto do mar a 1850 m de altitude.








Hatiora salicornioides - Detalhe da flor
© Eduardo Gardini





Hatiora salicornioides
Crescimento vertical típico da espécie
© Eduardo Gardini



Hatiora salicornioides
Tons avermelhados característicos de insolação.
© Jorge Gastin - RJ



Hatiora salicornioides
Frutos - Fevereiro/2017
Local: Itapecerica da Serra - São Paulo - Brasil
© Eduardo Gardini




Hatiora salicornioides
Fruto - Escala 5mm
© Eduardo Gardini

terça-feira, 28 de junho de 2016

Rhipsalis trigona



Rhipsalis trigona - botões imersos no segmento do ramo.
Imagem: Eduardo Gardini





Descrição:

Planta com formato característico, ramos facetados ( geralmente 3 faces), pendentes, em cujas extremidades despontam mais três ramos, dos quais um tornará a gerar mais três (dois) ramos, assim consecutivamente, levando a planta a ultrapassar normalmente os dois metros de comprimento.
Forma touceiras longas de volume médio, mais alongadas que espessas. Reparei nas plantas vistas in situ uma tendência a se formarem melhor na face mais encopada (sombria) de grandes árvores. Aréolas praticamente invisíveis, surgindo como uma pequena mancha na superfície do segmento, que se avoluma de forma arredondada e cor escura, quase negra.


Descrita como nativa do Brasil, nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná no bioma de Mata Atlântica, a 800 m de altitude.






Da germinação à fase jovem apresentam segmentos cilíndricos, pilosos (cerdas alongadas e macias), típicos do gênero.








Aréola apresentando formação de botão floral.  Este imerso na extremidade.
Imagem: Eduardo Gardini




Rhipsalis trigona: Flor em seus diversos estágios.
Imagem: Eduardo Gardini





Rhipsalis trigona: Botão floral, flor e fruto.
Imagem: Eduardo Gardini - São Paulo - Brasil




Rhipsalis elliptica




Rhipsalis elliptica - Exemplar com 4 anos formado a partir de corte. Cultivada em São Paulo.


Pendentes até 2 metros de comprimento. Segmentos arredondados, ovalados ou em forma de gota, com medidas de 3 a 20 cm cada, com margens que vão de totalmente lisas a bem recortadas. Cor dos segmentos (verde-escuro a vermelho), tamanho e forma dos mesmos diretamente relacionados a fatores de umidade do ambiente e iluminação.

Rhipsalis elliptica - Flores

Flores: Uma a três por aréola, diâmetro máximo de 12 mm, com pétalas (geralmente cinco) amareladas e bem espaçadas, receptáculo floral avermelhado e não aprofundado na aréola.




R. elliptica - Fruto Maduro e botões ao fundo.

Frutos: Formam-se escuros e opacos, tornando-se translúcidos e magenta-intenso à medida que amadurecem. Tamanho: Até 8mm.



Distribuição: Originalmente na região Sudeste/Sul do Brasil (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina), Mata Atlântica a 2000 metros de altitude.





Rhipsalis russellii



Epífita ou rupícola, os ramos da Rhipsalis russellii podem chegar a 2m de comprimento. Ramos formados por segmentos monomórficos, flexíveis, tamanho a 15-20 cm e largura de 8-9 cm. Margem dos segmentos com recortes bem pronunciados.
Flores com pétalas em cor creme e número razoável de estames brancos. Receptáculo floral esverdeado a amarelado, bem externo à aréola. A maior parte dessas flores não formam frutos. Esses, podem chegar a 0,8-1,0cm de tamanho, formato cilíndrico com ponta achatada e escura, corpo translúcido em tom forte de magenta, produz várias sementes, por volta de 10 a 20 por fruto.

                                                                                                                                                                         
Rhipsalis russellii com frutos maduros e nova geração de flores. Outro aspecto  bem comum nessa espécie, que pode florescer até 3 vezes em sequência, dependendo das aréolas estarem livres de frutos.





Uma característica da Rhipsalis russellii é a múltipla formação de flores e mesmo frutos numa única aréola Cheguei a contar nove botões numa única aréola e três frutos posteriormente. 



Rhipsalis russelli - frutos maduros.



As flores são polinizadas por abelhas nativas (Solitárias e Plebeias) gerando frutos de cor magenta, muito vistosos e procurados por aves frugívoras, que fazem sua dispersão. Os frutos apresentam grande quantidade de mucilagem, translúcida, espessa e pegajosa, que tem a função de aderir as sementes aos dispersores e aos troncos das árvores.



Frutos sobrepostos numa única aréola de Rhipsalis russellii. 

Rhipsalis mesembryanthemoides





Rhipsalis mesembryanthemoides

Ao contrário das outras espécies seu formato único a torna fácil de identificar. Possui hastes alongadas, normalmente voltadas para cima, com tendência a pender à medida que se alonga. Nessas hastes se formam pequenos ramos ( 1 - 1,5 cm) em forma cilíndrica, numerosos, com filamentos esbranquiçados que lembram espinhos finos,bem macios. Nessas pequenas hastes, próximas às extremidades, se formam as flores, brancas, acetinadas, diâmetro de 1 a 1,5 cm. Posteriormente. essas flores se polinizadas (abelhas, vespas e algumas moscas) formam frutos brancos leitosos, cilíndricos, ovalados. Endêmica do Rio de Janeiro (Região da Baía da Guanabara). 




Rhipsalis mesembryanthemoides - detalhe dos ramos



Rhipsalis mesembryanthemoides - Flor



Rhipsalis mesembryanthemoides - Frutos 


Rhipsalis: O início.





Rhipsalis russellii - Frutos


Como tudo começou:

Meu primeiro contato com Rhipsalis foi numa grande loja de plantas. Me chamaram a atenção os ramos alongados, finos, extremamente delicados e os frutos avermelhados, translúcidos, parecendo pequenas gotas coloridas pendendo das pontas dos segmentos. Não a comprei, mas comecei a partir daquele momento a pesquisar e a prestar atenção nessa "família" tão bela e interessante.
Passei a adquirir espécies sempre que possível, não contando com os vendedores em 100% dos casos para identificar cada indivíduo pois não tinham mais informação que o nome genérico de Rhipsalis ou cacto-macarrão.


Rhipsalis russellii - Flores

Depois de quase uma década de pesquisas por conta própria, cheguei a uma desconfortável conclusão: Não há material científico disponível para facilitar a um leigo como eu reconhecer e identificar grande parte das espécies, penso que a maioria delas. Pelo menos, nunca encontrei nada que eu pudesse classificar como o "Guia definitivo de Rhipsalis". Isso sem considerar o polimorfismo de grande parte das espécies e as reclassificações científicas.
Decidi criar esse espaço para organizar minhas fotos de plantas que cultivo e as que encontro "in situ" pelas minhas andanças ocasionais. Caso haja alguma informação a ser complementada ou corrigida, agradeço já antecipadamente pela ajuda, que será muito bem vinda.


Rhipsalis russelli - frutos



Rhipsalis: Introdução.


As cactáceas epifíticas somam cerca de 220 espécies neotropicais, com somente uma espécie, Rhipsalis baccifera (J. S. Muell.) Stearn, que ocorre também nos paleotrópicos. Ao contrário das espécies terrícolas, que habitam principalmente as regiões áridas e semi-áridas (Barthlott & Hunt, 1993), as espécies epifíticas estão adaptadas à vida em regiões úmidas com florestas tropicais e subtropicais. O hábito epifítico concentra-se principalmente em duas tribos da subfamília Cactoideae, Hylocereeae e Rhipsalideae, com centros de diversidade, respectivamente, nas florestas da América Central e nas florestas atlânticas brasileiras (Barthlott, 1983). Casos de epifitismo acidental podem ocorrer em outras subfamílias ou tribos, como em Opuntioideae e Cereeae (Waechter, 1998a; Gonçalves & Waechter, 2003). As espécies de cactáceas epifíticas, mesmo habitando florestas tropicais úmidas, estão submetidas a condições de estresse hídrico e eventualmente restrições à quantidade de luz solar recebida (Anderson, 2001). Como adaptações típicas ao dossel das florestas, apresentam, em relação às cactáceas terrícolas, aumento na área superficial (artículos angulados ou aplanados), diminuição da quantidade e do tamanho dos espinhos, e frutos carnosos e coloridos, dispersos principalmente por aves (Barthlott & Hunt, 1993).
(Fonte: PADRÕES GEOGRÁFICOS DE CACTÁCEAS EPIFÍTICAS NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL Danielle Bauer1 Jorge Luiz Waechter2)


Classificação Científica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Caryophyllales
Família: Cactaceae
Gêneros: Hatiora, Lepismium, Rhipsalis, Schlumbergera
(Fonte: Wikipedia)