quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Germinação de Rhipsalis em estufa adaptada


Hatiora herminiae - plantas com 90 dias. Semeadas em pedaço de
fibra vegetal e germinadas na estufa adaptada.
©Eduardo Gardini


Como as demais cactáceas, Rhipsalis necessita de grande percentual de umidade para a germinação das suas sementes. Outros fatores que considerei importantes no percentual de germinação foram luminosidade e temperatura equivalentes ao que a semente teria em ambiente natural. Para tentar reproduzir esse ambiente favorável foram utilizadas algumas experiências, sendo que os melhores resultados foram obtidos numa pequena estufa construída a partir de embalagens vazias de margarina com paredes brancas e tampa transparente, como mostram as imagens abaixo.




1-Material usado: Dois potes plásticos com tampa transparente; tampas de refrigerante.
2-Um dos potes foi cortado horizontalmente numa altura de 2 cm aproximadamente.
3-O pote cortado será usado como uma bandeja, instalado dentro da segunda embalagem.
4-Adicionar água na embalagem que permaneceu inteira, até uma altura de 2 cm aproximadamente.






5-A embalagem cortada será colocada dentro da outra e flutuará sobre a água.
6-As tampas de refrigerante serão preenchidas com esfagno bem compactado e umedecido. Sobre o esfagno serão colocadas as sementes de Rhipsalis (no máximo 6 sementes por tampa).
7-Uma vez colocadas as tampas de refrigerante com as sementes, tampar a embalagem.
8-Sementes germinadas após 40 dias da semeadura, plântulas com 2 a 3 mm de altura.



Rhipsalis

Informações complementares:

O tempo de germinação pode variar dependendo da espécie em questão.
A estufa pode permanecer em ambiente externo com variações de temperatura entre 10 e 30°C.
Nessas condições não foi necessário repor a água do sistema, pois a tampa foi suficiente para condensar a água que evaporaria  e manteve o volume desta estável por todo processo. De qualquer forma é bom verificar a cada 30 dias a altura da água do fundo e a umidade do esfagno.
As plântulas poderão ficar até 4 meses na estufa, sendo que a partir do terceiro mês a tampa superior poderá ficar parcialmente aberta.
Nesse processo a estufa não foi em nenhum momento exposta à luz direta do Sol embora tenha recebido boa quantidade de calor em dias mais quentes. Essas variações de temperatura (10 a 30°C) não pareceram influenciar negativamente na germinação.
A estufa resistiu a dias de chuva sem causar problemas em seu interior. Recomendado lavar a tampa a cada 30 dias para tirar a poeira e dessa forma permitir a máxima incidência de luz no seu interior. 
Não houve nenhum tratamento específico nas sementes. Essas vieram de frutos frescos, com suas polpas espremidas e deixadas para secar por 15 dias sobre toalhas de papel. As sementes não foram lavadas, o que comprova não haver problemas em deixar a mucilagem dos frutos nas mesmas.
O fato das sementes não terem passado pelo trato digestivo de aves e assim mesmo apresentarem alta taxa de germinação reforça uma teoria minha de que essas aves também disseminam essas sementes através da limpeza dos bicos em galhos e troncos. A própria mucilagem densa e pegajosa presente nos frutos de todas espécies de Rhipsalis provocam a necessidade de limpeza dos bicos nas aves, além de deixarem as sementes aderidas aos locais. Reforço ser essa apenas uma teoria baseada em observações.


Germinação de Rhipsalis em estufa adaptada - Evolução 


Sementes semeadas em 10 de setembro 2016







Plântulas em 19/09/2016 - Semeadas há 9 dias
Rhipsalis floccosa ssp. tucumanensis
© Eduardo Gardini







Plântulas em 18/11/2016  -  68 dias desde semeadura. Foi acrescentado Osmocote Plus 6 meses.
Rhipsalis floccosa ssp. tucumanensis
© Eduardo Gardini




Frutos de Rhpsalis (pilocarpa, puniceodiscus e russellii)  separadas para
extração das sementes e posterior semeadura.
©Eduardo Gardini








Hatiora herminiae semeada em pedaço de fibra vegetal
e germinada em estufa adaptada. Planta com 2 anos.
©Eduardo Gardini

Nenhum comentário:

Postar um comentário